Compreendendo os distúrbios de sono na terceira idade
À medida que envelhecemos, é comum enfrentarmos desafios relacionados ao sono, e isso se torna ainda mais evidente na terceira idade. Os distúrbios de sono nessa fase da vida podem impactar significativamente a qualidade de vida dos idosos. Por isso, é necessário compreendê-los para garantir um envelhecimento saudável.
Principais causas
Diversos fatores ambientais, orgânicos, medicamentosos podem desencadear a insônia.
A redução da produção da melatonina combinada a um ambiente inadequado para dormir e a falta de atividade física regular desempenham papéis significativos no distúrbio do sono.
Além disso, condições médicas como depressão, ansiedade, dores crônicas, hiperplasia prostática benigna, hipertireoidismo, diabetes mellitus e doenças cardíacas e pulmonares descompensadas podem interferir na viabilidade de um sono reparador.
Outra causa comum é o uso de medicamentos diuréticos e antidepressivos que aumentam no número de despertares noturnos.
Quando essas causas foram descartadas, é necessário investigar a insônia de causa não orgânica, síndrome de apneia obstrutiva do sono e síndrome das pernas inquietas, também frequentes em idosos.
Consequências da má qualidade do sono para a saúde dos idosos
É de suma importância a conscientização do impacto da má qualidade de sono no desenvolvimento de doenças físicas e mentais.
A ausência de um sono reparador, quando ocorre de forma crônica, pode levar a uma série de consequências negativas para a saúde, destacando-se o aumento do risco de doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial sistêmica, infarto do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
A privação prolongada de sono também gera impacto no funcionamento cognitivo e desempenho mental, reduzindo a capacidade de concentração, memória e habilidades de resolução de problemas. Isso pode contribuir para um maior risco de depressão e ansiedade, exacerbando ainda mais os desafios enfrentados nesta fase da vida.
Estratégias para melhorar o sono na terceira idade
Um dos primeiros passos é criar uma rotina relaxante antes de dormir. Isso pode incluir atividades como ler um livro ou ouvir música suave, facilitando a transição para o sono. A adoção de técnicas de relaxamento, como respiração profunda, meditação ou ioga, também é extremamente benéfica para acalmar a mente e preparar o corpo para um descanso reparador.
É importante ajustar o ambiente à noite para que seja fresco, escuro e silencioso. A exposição à luz natural durante o dia e a limitação da exposição à luz e ao tempo de tela à noite ajudam a regular os ritmos circadianos, promovendo um sono mais saudável.
Evite também estimulantes como a cafeína, refeições pesadas e exercícios intensos próximo ao horário de dormir.
Ao adotar essas práticas, indivíduos na terceira idade podem melhorar significativamente a qualidade do sono, contribuindo para um bem-estar geral. Caso as dificuldades persistam, converse com o geriatra para compensação de doenças que afetem o sono (como dores crônicas, depressão, síndrome da apneia obstrutiva do sono) e busca de outras estratégias de tratamento
individualizadas a cada caso.
A importância do diagnóstico e tratamento
Não podemos subestimar a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado dos distúrbios de sono na terceira idade. Por isso, consultar um profissional de saúde especializado em sono é fundamental para identificar as causas específicas e personalizar as intervenções.
O tratamento pode incluir terapias comportamentais, uso de dispositivos como CPAP para apneia do sono e, em alguns casos, a administração controlada de medicamentos. Contudo, é primordial realizar um acompanhamento regular para ajustar a terapêutica conforme as necessidades.
Reconhecer as causas da insônia e adotar estratégias individualizadas são essências para melhora da qualidade de vida dos idosos. Invista no sono, invista na saúde.